COMO TUDO COMEÇOU ...
Gostaria de deixar registrada aqui uma experiência que me aconteceu e que foi o fato gerador do meu comprometimento na luta pelo enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes, gerando com isso o nascimento do CECOVI - Centro de Combate à Violência Infantil. Confesso a vocês que, às vezes, reluto muito para contar esta história. Afinal de contas sei que os mais céticos poderão pensar que sou alguma espécie de “fanática”. Porém aceito correr o risco e me expor assim mesmo; primeiro porque quero que as vítimas de violência que leiam esse relato compreendam que Deus se importa com elas e as ama e em segundo lugar é preciso que cada um de nós perceba que Deus ainda intervém na história e quer nos usar como instrumentos para falar do seu amor e reparar as injustiças que se abatem contra as crianças vítimas da violência e da maldade humana.
Em 1999 tive uma experiência surpreendente com Deus que me mostrou claramente que Ele se importa com o sofrimento da crianças vítimas de violência. Na época eu estava estudando para um concurso do Ministério Público, pois sou advogada, quando uma noite, sozinha, em meu apartamento, de repente comecei a escutar os gritos de uma criança. Ela chorava desesperadamente. Eram gritos terríveis que se assemelhavam mais a urros e a sensação que transmitiam era de que aquela criança estava muito desesperada e sendo submetida a um sofrimento intenso. Sobressaltada e assustada com aqueles gritos corri para a janela e fiquei tentando adivinhar de onde vinham. Entretanto não consegui discernir de onde aquele choro tão intenso se originava e aflita liguei para o SOS criança a fim de pedir ajuda. A recepcionista de plantão ouviu a história e me pediu o endereço da “vítima”. Eu falei que não sabia o endereço exatamente e ela me disse que sem a localização da rua e do nº da residência da criança nada podia ser feito. Frustrada esperei meu marido chegar e lhe contei tudoque tinha acontecido. No outro dia, bem cedo, eu e o Paulo (meu marido), fomos até o porteiro do nosso prédio indagar se ele tinha escutado os gritos na noite anterior. O rapaz nos respondeu que não tinha visto nada. Não me dando por vencida, convenci o Paulo a ir comigo de casa em casa por todo quarteirão que ficava perto do prédio onde morávamos, perguntando se alguém tinha visto ou escutado alguma coisa. Ninguém tinha visto nada. Ninguém tinha notícia do fato. Decepcionada e preocupada com a criança retornei para casa. Entretanto para minha surpresa e angústia os gritos iniciaram novamente à noite e se repetiram por três noites seguidas. Na quarta noite, já sem forças, me deitei no chão da sala do meu apartamento e ali sozinha chorei muito e orei a Deus: “Pai, eu já não agüento mais ouvir o choro dessa criança. Eu não sei onde ela está, nem sei como ajudá-la, mas tu Senhor sabes todas as coisas, por isso eu te peço que tu intervenhas e faça alguma coisa. Levanta alguém que esteja perto dessa criança para protegê-la e tirar a mesma desse sofrimento.” Foi nesse momento, quando eu estava fazendo esta oração, que uma paz enorme encheu meu coração e os gritos da criança cessaram e eu ouvi uma voz dentro de mim, que eu sabia ser Deus falando comigo, dizendo: “ Filha, aquieta teu coração, pois não tem nenhuma criança chorando perto daqui. O choro que eu permiti que você escutasse é o choro que eu escuto do meu trono de gloria cada vez que uma criança é espancada, violentada ou morta vítima de maus tratos. Você está certa quando diz que eu posso levantar alguém para ajudar essas crianças e a pessoa que eu quero usar para fazer isso é você. Eu vou te usar para interferir na história de muitas crianças que sofrem violência dentro de seus próprios lares.”
Foi a partir desse momento, de profunda comunhão com Deus, que nasceu o CECOVI – Centro de Combate à Violência Infantil, uma organização não governamental que tem por missão o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes. Deus tem abençoado sobremaneira nosso trabalho, de forma que atualmente temos capacitado profissionais do Brasil inteiro a lidarem com esse fenômeno.
Deus se importa com o sofrimento das crianças e adolescentes vítimas de violência? Ele nos responde a essa incógnita não com discursos teológicos elaborados, mas sim com uma visita, uma encarnação. Jesus é a prova de carne e osso de que Deus se importa com nosso sofrimento e dores. Deus é injusto? Não, mas a vida aqui na terra é extremamente injusta e a cruz do calvário retrata isso.
“A CRUZ NOS REVELA O TIPO DE MUNDO EM QUE VIVEMOS E O TIPO DE DEUS QUE NÓS TEMOS”
Nenhum de nós está livre de vivenciar uma tragédia ou desilusão. O próprio Deus não ficou imune. Jesus não nos deu uma fórmula para nos livrar das injustiças terrenas, mas abriu um caminho para atravessarmos este vale de lágrimas até chegarmos um dia em nosso porto seguro onde finalmente descansaremos em seus braços. YANCEY (1988) em seu livro – Decepcionado com Deus, diz: “Assim como a sexta-feira da paixão pôs por terra a crença inata de que esta vida é justa, em seguida veio o domingo de páscoa com sua surpreendente pista para o enigma do universo. Em meio às trevas resplandeceu uma fulgurante luz”
Maria Leolina Couto Cunha
Coordenadora Nacional CECOVI
Diretora Presidente CELC
Em 1999 tive uma experiência surpreendente com Deus que me mostrou claramente que Ele se importa com o sofrimento da crianças vítimas de violência. Na época eu estava estudando para um concurso do Ministério Público, pois sou advogada, quando uma noite, sozinha, em meu apartamento, de repente comecei a escutar os gritos de uma criança. Ela chorava desesperadamente. Eram gritos terríveis que se assemelhavam mais a urros e a sensação que transmitiam era de que aquela criança estava muito desesperada e sendo submetida a um sofrimento intenso. Sobressaltada e assustada com aqueles gritos corri para a janela e fiquei tentando adivinhar de onde vinham. Entretanto não consegui discernir de onde aquele choro tão intenso se originava e aflita liguei para o SOS criança a fim de pedir ajuda. A recepcionista de plantão ouviu a história e me pediu o endereço da “vítima”. Eu falei que não sabia o endereço exatamente e ela me disse que sem a localização da rua e do nº da residência da criança nada podia ser feito. Frustrada esperei meu marido chegar e lhe contei tudoque tinha acontecido. No outro dia, bem cedo, eu e o Paulo (meu marido), fomos até o porteiro do nosso prédio indagar se ele tinha escutado os gritos na noite anterior. O rapaz nos respondeu que não tinha visto nada. Não me dando por vencida, convenci o Paulo a ir comigo de casa em casa por todo quarteirão que ficava perto do prédio onde morávamos, perguntando se alguém tinha visto ou escutado alguma coisa. Ninguém tinha visto nada. Ninguém tinha notícia do fato. Decepcionada e preocupada com a criança retornei para casa. Entretanto para minha surpresa e angústia os gritos iniciaram novamente à noite e se repetiram por três noites seguidas. Na quarta noite, já sem forças, me deitei no chão da sala do meu apartamento e ali sozinha chorei muito e orei a Deus: “Pai, eu já não agüento mais ouvir o choro dessa criança. Eu não sei onde ela está, nem sei como ajudá-la, mas tu Senhor sabes todas as coisas, por isso eu te peço que tu intervenhas e faça alguma coisa. Levanta alguém que esteja perto dessa criança para protegê-la e tirar a mesma desse sofrimento.” Foi nesse momento, quando eu estava fazendo esta oração, que uma paz enorme encheu meu coração e os gritos da criança cessaram e eu ouvi uma voz dentro de mim, que eu sabia ser Deus falando comigo, dizendo: “ Filha, aquieta teu coração, pois não tem nenhuma criança chorando perto daqui. O choro que eu permiti que você escutasse é o choro que eu escuto do meu trono de gloria cada vez que uma criança é espancada, violentada ou morta vítima de maus tratos. Você está certa quando diz que eu posso levantar alguém para ajudar essas crianças e a pessoa que eu quero usar para fazer isso é você. Eu vou te usar para interferir na história de muitas crianças que sofrem violência dentro de seus próprios lares.”
Foi a partir desse momento, de profunda comunhão com Deus, que nasceu o CECOVI – Centro de Combate à Violência Infantil, uma organização não governamental que tem por missão o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes. Deus tem abençoado sobremaneira nosso trabalho, de forma que atualmente temos capacitado profissionais do Brasil inteiro a lidarem com esse fenômeno.
Deus se importa com o sofrimento das crianças e adolescentes vítimas de violência? Ele nos responde a essa incógnita não com discursos teológicos elaborados, mas sim com uma visita, uma encarnação. Jesus é a prova de carne e osso de que Deus se importa com nosso sofrimento e dores. Deus é injusto? Não, mas a vida aqui na terra é extremamente injusta e a cruz do calvário retrata isso.
“A CRUZ NOS REVELA O TIPO DE MUNDO EM QUE VIVEMOS E O TIPO DE DEUS QUE NÓS TEMOS”
Nenhum de nós está livre de vivenciar uma tragédia ou desilusão. O próprio Deus não ficou imune. Jesus não nos deu uma fórmula para nos livrar das injustiças terrenas, mas abriu um caminho para atravessarmos este vale de lágrimas até chegarmos um dia em nosso porto seguro onde finalmente descansaremos em seus braços. YANCEY (1988) em seu livro – Decepcionado com Deus, diz: “Assim como a sexta-feira da paixão pôs por terra a crença inata de que esta vida é justa, em seguida veio o domingo de páscoa com sua surpreendente pista para o enigma do universo. Em meio às trevas resplandeceu uma fulgurante luz”
Maria Leolina Couto Cunha
Coordenadora Nacional CECOVI
Diretora Presidente CELC